terça-feira, 17 de abril de 2012

O que é Constelação Familiar?

Este artigo foi publicado pelo Site Guia da Busca: 
e também pelo Portal Educação:



A Constelação Familiar é um método fenomenológico criado pelo alemão Bert Hellinger, que foi padre e missionário na África por mais de 20 anos, onde trabalhou e observou as tribos zulus e seus comportamentos familiares. Após este período na África, Hellinger deixou de ser padre e dedicou-se a estudos sobre o comportamento e a psique humana, estudou psicanálise, análise transacional, terapia primal etc, até que chegou na técnica das Constelações.

Hellinger observou que quando um fato forte traumático ocorre dentro de uma família, tal como: suicídio, morte prematura, morte violenta, abandono, falência etc, se pesquisarmos o passado desta mesma família, encontraremos o mesmo fato traumático repetido no passado. É como popularmente se diz “maldição de família”, ou mesmo em muitas religiões esta observação também está presente, na vida real, sempre cito um exemplo claro que todo mundo conhece, onde essa repetição pode ser observada, o caso da Família Kennedy. É como algo mais forte, ainda que não tenhamos conhecimento do fato ou mesmo que se tente fugir dele, é um ciclo que se repete através de um emaranhado energético onde estão enredados todos os pertencentes àquele sistema familiar. Isso é trabalhado na Constelação, com a finalidade de suavizar estes emaranhados, devolver ao passado o que é dele, honrar nossos antepassados e proteger nossos descendentes.

A Constelação Familiar não considera a pessoa como um indivíduo único, solto no mundo, ela considera o indivíduo como pertencente a um sistema do qual ele veio, o sistema familiar. Ainda que a pessoa não conheça sua família de origem, ela traz consigo não só os traços físicos, traços de temperamento, dons, como também a bagagem energética pertencente à família, ou seja, não adianta fugir ou negar o sistema familiar do qual pertencemos, ele está em nós, faz parte de nós. E quando isso é negado, reprimido ou excluído, é justamente aí que se fazer representar.

Isso pode ser observado em muitos casos, inclusive nos casos de adoção mal sucedidos, onde se esconde da criança que ela é adotada, ou onde se reprime que ela fale ou saiba do seu passado, nesses casos, a criança é geralmente bem cuidada e criada, mas de alguma forma, procura ambientes de drogas, roubo, prostituição e fugas de casa, representando o sistema familiar original reprimido.

Outro fato importante observado por Hellinger e objeto de trabalho da Constelação, são as famílias trianguladas, ou seja, famílias onde o filho assume lugar de pai, a mãe de filha, o pai de filho, ou o filho do genitor faltante etc, qualquer hierarquia familiar que esteja trocada causa extremo peso psicológico sobre os envolvidos, pois é como se a pessoa tivesse que “dar conta” do seu próprio papel e do papel do outro e isso pesa, aumentando a infelicidade do individuo e o desequilíbrio familiar. Isso é corrigido pela Constelação de forma simbólica e com uma grande tomada de consciência que geralmente reflete quase imediatamente na vida real.
A Constelação pode ser feita individualmente ou em grupo, obtendo-se o mesmo resultado nas duas formas, porém a de grupo é mais profunda, como se imaginássemos uma cebola ,por exemplo, a individual trabalhará nas camadas mais superficiais da mesma cebola, enquanto a de grupo iria nas camadas mais profundas.

terça-feira, 27 de março de 2012

Pai de primeira viagem:


Este artigo também foi publicado pelos Sites: "Guia da Busca" http://www.guiadabusca.com.br/colaboradores/62-daniela-ervolino/798-pai-de-primeira-viagem.html

e "Portal Educação":



 Antes que me ataquem as mulheres, aviso de antemão que posteriormente terei o maior prazer em falar da Mãe de primeira viagem.

Porém o objeto de meus olhos hoje é o Pai de primeira viagem, pouco se fala dele.

Quando o casal engravida, a mãe vai gerando, sentindo as mudanças em seu corpo, em seus pensamentos, em seus desejos, em seus hormônios... A mulher, em geral, desde pequena brinca de boneca, fantasia a maternidade, os bebês, e imita sua mãe ou uma mulher a quem considere um modelo alimentando seus instintos maternais.

O homem vai acompanhando de fora todas essas mudanças, para a mulher que tem sorte de ter um homem bacana ao lado, ele tenta ser compreensivo, solícito. Mas as mudanças não crescem dentro de seu corpo, ele na maioria dos casos, não se conecta da mesma forma que a mãe nessa preparação, ele geralmente se preocupa se há espaço na casa, dinheiro no banco, se falta algo para a mãe...

Talvez por isso seja tão difícil para muitos homens que se tornam pais, os primeiros momentos, pois é um choque de novidades muito grande.

Neste fim de semana passado estive visitando um casal de amigos muito queridos que tiveram sua primeira filhinha há uma semana.

Pude observar o instinto maternal da mãe aflorado como uma leoa; ainda que não tenha tido convívio até então com bebês, era como se algo dentro dela a desse segurança e ela soubesse instintivamente como fazer tudo. Já ouvi inclusive esse comentário vindo de outra amiga jovem mãe na mesma situação. Ambas não tiveram irmãos menores, nem tiveram a vivência de ajudar a criar primos, sobrinhos ou alguma outra criança, mas apesar de todas as muitas dificuldades, algo dentro delas era maior. Elas estavam cansadíssimas, mas, percebiam que o simples fato de o bebê sentir o cheiro ou a voz delas já o acalmava.

Tive a oportunidade de presenciar o pai de primeira viagem, dando banho na bebê, cheio de boa vontade e um tanto desajeitado ainda. Podia-se ver a confusão de sentimentos e sensações nos olhos dele, normal que seja assim, de repente tudo mudou, ele não teve mudanças corporais, nem ainda é a voz dele ou o cheiro que acalmam o bebê.

 É natural que ele ainda não consiga logo de cara, se sentir pai do bebê; o bebê é ainda um ser novo, um estranho no ninho.

 O homem sente primeiro a responsabilidade, a ambivalência de sentimentos, o peso de ter iniciado um caminho sem volta, o desespero do medo de falhar, o medo de repetir os erros do próprio pai ou de não conseguir ser um pai tão bom quanto o seu, de não dar conta, de de repente não saber o que fazer, o encarar da vida adulta por tornar-se responsável e criador de uma nova vida, a sensação da perda da liberdade, a mudança da conexão com a própria mulher, que antes era um relacionamento, e agora passa a ser um relacionamento e um filho, pois ainda que um dia se separem, eles agora tem um vínculo eterno, a carência e o ciúmes da mulher com o bebê, já que antes ele era o objeto de atenção e carinho e ao menos nesta fase inicial, a mulher não terá como dar a mesma atenção a seu homem, e aí ele percebe que tudo mudou, e mudou para sempre. E que mudança não traz consigo um medo?

Primeiramente surgem todos esses sustos iniciais, que muitas vezes o homem não ousa sequer falar com a mulher, já que a vê enlouquecida, acordando de 3 em 3 horas para amamentar, sofrendo o pós-parto, se preocupando com mil coisas que envolvem aquele ser tão pequeno e tão frágil, embora não fale, todas essas angústias podem ser percebidas em sua tensão, em seu silêncio, em seu olhar.

O nascimento de uma criança pode gerar uma depressão pós-parto não só na mulher, mas também no homem. O homem carrega o símbolo do “provedor”, do ”resolvedor” de coisas, do que “salva” e “protege” a mulher e naquele momento da hora de amamentar, de trocar a fralda, de descobrir o porquê o bebê está chorando, o medo de machucar um ser tão pequeno e frágil, de saber se água do banho está fria ou quente, o homem se vê confuso e se sente inútil. Pois enquanto ele luta buscando em seu raciocínio a resposta certa para solucionar aquele choro, a mãe somente se aproxima e a criança para de chorar. Facilmente ele pode não se sentir necessário e eficiente, pode sentir como se estivesse sobrando.

Quando menino, o homem cresce escutando que “homem não chora”, que mulher é que fala demais e se ele, quando menino, estiver amoado com alguma coisa, logo o aconselham a ir jogar uma bola. Dificilmente um homem é incentivado a falar o que sente, sob pena de ser considerado frágil ou afeminado.

Aos poucos estes sentimentos de insegurança vão dando lugar a outros sentimentos de perpetuação, de idealização, de identificação nos traços, nos trejeitos da criança, e aí vai brotando o amor; no livro: “O novo pai”, do médico Malcolm Montgomery, ele relata que uma vez quando estava triste, ouviu do filho, ainda criança, a frase: “Pai, eu queria tanto ser você!”, tem coisa mais linda que isso? Ele ainda diz que “a relação afetiva do pai com seu filho tem duas fontes de motivação: a identificação dele com o filho e a identificação com seu próprio pai. A primeira é projetiva – é a esperança, o sonho, o medo; a segunda – é como dirigir olhando num espelho retrovisor, as vezes a imagem de pai que tem dentro de você aparece como um fantasma, outras como um herói.”

Quem nunca viu no próprio pai um herói? Isso pode soar amedrontador para um pai novato que está apavorado de medo de não conseguir corresponder às expectativas de ser um bom pai, mas também pode ser motivador saber que poderá ensinar tudo o que sabe a uma criança e ser o seu exemplo e isso o incentivará a ser corajoso e dar o melhor de si.

Malcolm ainda diz, que “sofremos de um excesso de mãe e escassez de pai”. Na hora destas dificuldades, muitos pais são realmente afastados, deixados de fora e muitos permanecem ali, com menos contato, com menos participação, com menos presença, por julgarem que mais atrapalham do que ajudam, ou que ali não é o lugar deles.

Sentir-se perdido, inútil e com medo são coisas que fragilizam um homem no momento onde mais a mulher necessita do apoio dele. Ele na melhor das hipóteses, apoia a mulher, a mulher apoia o bebê, e quem o apoia? Seria mais fácil se os homens tivessem o hábito de falarem sobre seus sentimentos.

Muitas crises de casal chegam junto com os bebês.

A mulher por um tempo será apenas mãe e mais nada, aos poucos, com o bebê crescendo e ganhando mais independência, ela retornará a ser novamente mulher, se for motivada e apoiada por seu homem isso tem chances de acontecer de forma mais natural. A mulher, por sua vez, deve incentivar a formação do vínculo com o pai, ainda que ele erre algumas vezes, ainda que ele aparente ser um pouco desajeitado no começo, ela deve apoiar e incluir o homem neste início.

As mulheres bem-amadas, ou seja, que tem apoio, presença e carinho do marido neste momento confuso que é a chegada do bebê, tem maiores chances de serem boas mães, pois não se sentem sozinhas no momento em que tem que se dedicarem quase que exclusivamente à criança, sentem-se seguras de que, quando puderem retornar ao papel de mulher que são, ainda poderão vivenciá-lo junto à seu homem. As que são abandonadas, ou preteridas pelo marido nesta fase, tendem a responsabilizar a criança, ainda que inconscientemente, por terem perdido seu “papel de mulher”, a companhia e o amor de seu marido.

É muito importante que o homem entenda que é uma fase, com começo, meio, e fim, e que embora sua mulher não possa dar-lhe a atenção de sempre, ela precisa do seu apoio para ter forças e motivação de seguir em frente até que tudo se acalme e os dois possam voltar a se curtirem como um casal.



segunda-feira, 5 de março de 2012

Culpa e Arrependimento:

Este artigo também foi publicado pelo Site "Guia da Busca":



Desde que o mundo é mundo, não há sob a terra aquele que nunca errou ou se arrependeu de algo, de uma bobeira qualquer a um ato mais grave.

Como seres humanos, somos todos imperfeitos, é natural que cometamos, vez ou outra, atos ou escolhas também imperfeitas.

 A trajetória humana na busca pela perfeição e aprimoramento tem o princípio de evolução e superação, mas enfeitiçados por este ideal de perfeição, esquecemos muitas vezes de respeitar nossas limitações e agir com mais flexibilidade.

Buscamos o tempo todo, termos o corpo mais belo, a conta bancária mais gorda, os títulos mais apreciados, a casa no melhor bairro, o celular mais moderno, as atitudes mais corretas. Essa busca é boa, nos faz ir além, induz a superação, a evolução, mas quando se torna obsessão, deixa de ter este caráter positivo para se tornar um fardo pesado de culpa sobre os ombros, pois, sendo os seres humanos imperfeitos é natural que por muitas vezes não consigamos ser tão perfeitos assim... e aquele ponto que escapou? E aquela decisão que não foi a melhor naquele momento? Se transforma automaticamente na famosa “culpa” que tantos carregam com muito pesar sobre os ombros e me confessam no consultório com um sofrimento enorme.

Infelizmente os erros, equívocos e arrependimentos vão sempre existir entre nós humanos, seja em qualquer âmbito da vida. Temos sempre que buscar nos superar respeitando nossos limites, e se errarmos ou não tivermos a atitude mais adequada num determinado momento, é correto arrepender-se, pois demonstra que o reconhecimento de um erro e um aprendizado sobre o que passou, porém o deixa de ser quando se torna “culpa”, e quem a sente sabe bem do que estou falando, é um ódio reprimido voltado para o interior da pessoa, é um julgamento severo e um castigo que não cansa de martirizar e desvalorizar a própria pessoa, resultando numa baixa-autoestima e na perda da oportunidade de ir além, aprendendo com consciência sobre o que aconteceu.

Esclarecendo um pouco mais estes dois termos tão confundidos, arrependimento é quando adquirimos consciência de que poderíamos ter feito diferente e não o fizemos, segundo Maria Teodora Ribeiro, é uma dor que nasce da consciência do que poderia realmente ter feito melhor, ou um dano que poderia ter evitado a alguém ou a própria pessoa.

 Culpa, é quando a pessoa exige de si mesma ter feito diferente alguma coisa que não poderia ter feito diferente, pois estava realmente além das possibilidades da pessoa naquele momento, este é um sentimento que leva a autopunição e a uma baixa-autoestima.

O arrependimento, ainda segundo Maria Teodora, leva a um reconhecimento na pessoa de um erro cometido que a empurra em direção a reparação pois ao invés de culpa, a pessoa sente responsabilidade.

Aí está a chave para aprender com o que aconteceu e buscar a evolução aí neste ponto, superar este limite, para numa próxima situação usar este aprendizado. Culpar-se e castigar-se não faz voltar o tempo, nem diminuir a própria dor e a dos que foram feridos, é importante lembrar-se que a vida é um ciclo, o tempo não volta, mas novas oportunidades para errar ou acertar estarão acontecendo sempre.



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Podemos mudar o outro?

Este artigo também foi publicado pelo Site "Guia da Busca":
http://www.guiadabusca.com.br/colaboradores/62-daniela-ervolino/676-podemos-mudar-o-outro.html

Ele não muda!” ou “mas ela prometeu que desta vez iria mudar!”. São as frases mais freqüentes que ouço em meu consultório nas queixas sobre relacionamentos.
Mudar o outro é na verdade uma ilusão. Ninguém tem o poder de mudar o outro.
Nós podemos mudar apenas a nós mesmos e isto pode até vir ou não a afetar o outro, no sentido de que ele mude algo em seu comportamento, percepção ou atitude.
Além do desejo enorme que temos em mudar o outro, temos ainda outra constante ilusão, a de que “poderia ser perfeito”. Tudo o que nos rodeia no mundo em que vivemos é imperfeito. Principalmente os seres humanos. Pense bem, seria maravilhoso, mas muito irreal alguém que fosse perfeito, não seria?
Desta maneira a primeira coisa que temos a fazer é encarar os nossos defeitos. A pessoa que considera que não tem defeitos é justamente a que tem o maior de todos eles, a prepotência.
Assumindo para nós mesmos os nossos defeitos, já é o passo inicial; mas não podemos parar por aí, afinal ter consciência de nossas falhas e bater no peito dizendo “eu sou assim!” e nada fazer para evoluir não faz efeito, não leva ninguém a evolução nenhuma. Temos que considerar cada defeito que temos um desafio a ser vencido, a ser melhorado, suavizado e tratado.
Não se preocupe, você não ficará sem defeitos se os for vencendo, sempre resta alguma coisinha, afinal somos humanos, e neste caminho de auto-conhecimento e evolução  adquirirá mais consciência e autonomia em todos os campos de sua vida e consequentemente seus relacionamentos melhorarão, pois você estará mais apto a escolher relacionamentos de melhor qualidade, ou mesmo melhorar a qualidade dos que já possui.
Após este passo, vem a importante missão de aceitar que o parceiro (a) também possui defeitos e ainda que o troque por outro parceiro, este outro também possuirá seus próprios defeitos. Cada pessoa é um caixinha de surpresas e vem com seus pacotes, lembra?
Resta saber como você lida com os “defeitos” de seu parceiro (a), se estes te agridem, te ofendem, ou se simplesmente te aborrecem um pouquinho porque fogem do padrão que você gostaria?

Assumir e tratar os próprios “defeitos”, falhas, pontos-fracos... não é tarefa fácil e simples e nem sempre as pessoas estão dispostas a remexerem seus baús com esse propósito.

Não podemos obrigá-las a fazer isto.

Muitas pessoas acham melhor irem vivendo seus infernos, pois ainda que fiquem infelizes, tem certa intimidade com esta infelicidade, pois é um lugar que já conhecem, já estão ali, já são companheiras daquele sofrimento, e o desconhecido sempre mete medo, ainda que seja melhor, ainda que seja a felicidade. Já pensou nisso?

Numa situação destas, o melhor seria cuidar de si mesmo e quanto ao outro, escolher aceitar como é ou não. Tudo depende do quanto as “falhas” do outro incomodam a você e do quanto elas tornam o relacionamento impossível de ser vivido.

Tomando como exemplo, um caso onde um homem que bebe e bate em sua mulher; ao invés de esperar que um milagre mude este homem, seria mais fácil, ela mudar a si mesma e descobrir o porquê se submete a isto e porquê continua a se relacionar nestas condições.

Mudando e melhorando a si mesmo, tendemos a melhorar o conjunto. Seja influenciando diretamente o que nos rodeia ou mesmo mudando de cenário.

Não tenha medo de fuçar o seu baú, as velhas fantasias que não servem mais e metem medo precisam ser jogadas fora para que não continuem acumulando poeira e ocupando espaço, somente desta forma, abrindo espaço para o novo, é que ele consegue existir.

Do mesmo jeito que sentimos uma gostosa sensação de leveza, limpeza e dever cumprido depois de fazer uma faxina em casa ou mesmo no nosso armário, também sentimos ao fazer uma faxina na alma.

                     Cuide-se! Faça terapia! :-) 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Psicólogo, Psiquiatra, Psicanalista, Terapeuta... você sabe a diferença?

Muito se fala por aí em fazer terapia, análise, psicoterapia... psicólogos, psiquiatras, terapeutas etc, mas muita gente confunde tantos termos e acaba sem saber direito o que faz cada um e onde buscar exatamente aquilo que serve a pessoa.

Psicólogo é um profissional formado em Psicologia, que após 5 anos na Universidade está apto a tratar de problemas e questões emocionais e psicológicas e a ajudar-nos na resolução e remoção dos conflitos, obstáculos e dificuldades que muitas vezes temos em nossas vidas.

Psiquiatra é um profissional formado em Medicina, que após 6 anos na Universidade está apto a tratar das causas orgânicas que causam transtornos psiquiátricos e que devem ser tratadas com medicamentos, os quais só o médico pode prescrever.

Psicanalista ao contrário do que muitos pensam não é uma profissão, é uma especialização numa linha de pensamento, tanto um psicólogo, como um médico de qualquer área e não necessariamente um psiquiatra, podem após um curso sobre psicanálise, tornar-se psicanalistas. Da mesma forma que existem pessoas que dizem ir ao psicanalista, você poderia dizer que vai ao comportamentalista, ao humanista ou ao construtivista, existem muitas linhas de pensamento que sozinhas não constituem uma profissão.

Terapeuta é outro termo que costuma causar confusão pela variedade que traz, o terapeuta não é necessariamente um psicólogo ou um psiquiatra, é alguém que através de um curso de formação em uma técnica terapêutica específica se torna apto a exercer aquela técnica. Como, por exemplo, terapeutas de florais de Bach, de shiatsu, de constelações familiares, de arte-terapia, de bioenergética etc. O psicólogo e o psiquiatra podem também ser terapeutas quando cursam uma especialização, que são cursos de formação específicos e tem durabilidade variável.

Psicoterapeuta é um termo ainda mais confuso popularmente, pois traduzindo deveria significar, aplicação de terapia psicológica, ou seja, freqüentar um psicólogo é fazer psicoterapia. Porém nem todos que se intitulam psicoterapeutas são psicólogos.

Por isto é preciso estar atento ao profissional que você escolheu, se ele é psicólogo, psiquiatra ou terapeuta, se ele tem boas referências, se tem a formação necessária para te prestar o atendimento que você necessita e principalmente se deixa claro desde o início da terapia como é o trabalho dele.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Grupo Fraterno em São Paulo:

Esses dias tive a oportunidade de conhecer duas mulheres lindas, simpáticas e fantásticas, a Magda Gullo e a Laudete, depois do jantar, vi que uma delas estava fazendo uma manta linda de crochê, lembrei-me da minha avó Genny e eu que em umas férias quando criança quis aprender a crochetar com ela... 
Elas me contaram que fazem parte de um projeto social que se chama Grupo Fraterno, em São Paulo, onde existe um grupo de mães que perderam seus filhos e se reúnem para apoiarem-se uma as outras e para em memórias dos filhos que se foram fazerem enxovais para os filhos que virão de mães gestantes carentes.
Achei a proposta belíssima, e de acordo com as Constelações Familiares, é muito bom quando um filho morto é honrado e homenageado numa causa nobre como esta, ainda mais ajudando os filhos de outras pessoas que estão chegando...isso re-estabelece um equilíbrio energético.
Elas tricotam enxovais lindos, e juntamente com os pontos de tricô, vão tricotando suas histórias, suas dores, superações, apoio e tecendo um novo ânimo, uma nova vida, vão tecendo amizades, amor... fraternidade!
Não pude deixar de publicar este trabalho tão bonito, de prestigiar estas grandes mulheres e de torcer para que essa semente se multiplique nos lugares do mundo onde houver esta dor, que estas mulheres saibam desse Grupo Fraterno e que ele seja exemplo para outros grupos de apoio.


Um beijo grande a todas as mães, as que tecem e as que recebem este presente tão precioso... :-)








quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Você quer ter razão ou ser feliz?

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Um dos principais campos de problemas de relacionamento é o da comunicação. Um mal entendido, uma frase mal colocada, uma ironia fora de hora, um tom de voz mais áspero já pode ser o suficiente para fazer brotar um problema onde muitas vezes não existia nenhum.

Se mesmo irmãos gêmeos, que podem ser iguais na aparência, idade e terem tido a mesma criação, ambiente e família são pessoas com personalidades e percepções diferentes, o que será de um casal que é composto de dois seres distintos que tiveram criações, vivências, experiências, situações, aptidões e traumas diferentes?

Com certeza muitas vezes não irão concordar um com o outro...  é normal e esperado que seja assim; o problema não está em discordar, está em quando uma discordância é o gerador de desentendimento ou  crise no casal, que muitas vezes na esperança romântica de que dois sejam um, não sabe lidar com as diferenças.

O ser humano é competitivo por natureza e pela sobrevivência, onde no mundo em que vivemos somos cobrados em sermos os melhores em tudo o tempo todo, errar muitas vezes deixa de ser humano, reconhecer o erro fica ainda mais difícil, e assim, o orgulho passa a ser um morador ilustre do ego nosso de cada dia.

Dessa forma numa discussão tendemos a ficar obstinados em ter razão, transformando muitas vezes, uma simples discussão numa verdadeira batalha de egos, e assim passamos sem perceber a transformar nossos relacionamentos em competições.

Costumo fazer esta comparação aos meus pacientes: Podemos considerar o relacionamento saudável como um jogo de frescobol, onde o objetivo é o ganha-ganha, onde um “levanta” a bola do outro, não quer que a bola do outro caia, onde há participantes, mas não vencedores. E não o jogo de tênis, que tem como objetivo o ganha-perde, onde um tem que perder para o outro poder ganhar, um jogo de eliminatória, e é isto o que acontece muitas vezes nestes momentos onde na ânsia de provar termos razão, acabamos por levar uma discussão boba a proporções desnecessárias.

A relação é composta de 50% de cada um, ou seja, ao levar uma discussão ao tope, leia-se com ofensas, agressões verbais e gritos, ainda que se tenha razão no que se está dizendo, numa situação de extremos como estas não existem vencedores, pois quem sai perdendo é o bem em comum que ambos possuem, o relacionamento.

Sim, as pessoas podem e devem discordar, terem opiniões diferentes sobre um mesmo assunto e respeitarem suas diferenças. Prova de amor não é dizer amém a tudo o que o outro diz ou pensa, é conviver respeitosamente com o ser amado, ainda que não possam concordar em tudo o tempo todo.

WORKSHOP DESCOMPLIQUE em 04/02/2012

Pessoal o Workshop Descomplique  realizado em 04/fev/2012 foi um sucesso!
 Obrigada a todos que em um sábado de sol estiveram presentes e participaram em busca do equilíbrio e da harmonia nos relacionamentos.
Espero que tenham gostado e preparem-se porque vem mais!
Aqui vão alguns registros desse momento tão bacana!
 Meu agradecimento a todos e especialmente à participação mais que especial de Célia Resende.























terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Olá pessoal! eu e a Dra. Célia Resende:  http://www.syntonia.com/tvp/atividades.htm estaremos apresentando neste sábado 4 de fevereiro, pela primeira vez o workshop DESCOMPLIQUE:

O encontro tem como objetivo abordar o tema Relacionamentos, com enfoque em relacionamento de casal.

Se você quer :
Melhorar seu relacionamento amoroso,
se comunicar melhor com o sexo oposto ou ainda,
atrair relacionamentos de qualidade, faça sua inscrição pelo psi.daniela@gmail. com, o valor especial de estréia é 50 reais! aproveite!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Você ama o amor ou o seu amor?

Um fato curioso que não pode deixar de ser visto como um potencial gerador de decepções no pós-casamento é a questão das pessoas que se casam com o casamento e não com o ser amado. Como assim?
Este é um fato que eu tenho observado há anos e atualmente é um tema que pipoca nas conversas quando eu o cito.
Muitas pessoas sofrem desse mal, “a idealização do relacionamento”, quando se trata de casamento oficial, aquele onde assinam um documento, a coisa fica ainda pior.

Love Ring. Foto de tuffo_diving_take no Flickr em CC, alguns direitos reservados.
Falo sobre as pessoas que idealizam sozinhas um modelo de relação, e passam a ansiar por vivê-la, como um roteiro de novelas e ficam esperando que apareça um par que se encaixe, que sirva naquele sonho cor-de-rosa, são aquelas pessoas que se casam com o casamento, com o fato ser uma pessoa casada, com todas as fantasias que estão contidas neste tema, com o ideal vendido pelo comercial de margarina, onde o que menos importa na verdade é o conteúdo do ser que se tem ao lado, ele passa a ser apenas um figurante necessário para tornar o sonho realidade.
Talvez o grande vilão deste tema seja justamente a frase final de todos os contos de fadas, que dizia: “casaram-se e foram felizes para sempre”, incutido desde cedo na cabeça das crianças gerando um impossível ideal de perfeição, desse modo, crescem acreditando que um dia surgirá uma pessoa perfeita, que nasceu para fazê-lo feliz, uma metade que o completará como uma peçinha de quebra-cabeças, com encaixe total, realizará num passe de mágicas todos os seus sonhos e carências e o(a) salvará da solidão.
E a partir disto, para muitos, o casamento vira uma obsessão, e perde o seu real significado, que deveria ser a comunhão com o ser amado, pelo amor e identificação de valores, objetivos, gostos com a pessoa que está ao lado e passa a significar e ser projetado como um objetivo a ser perseguido e atingido, uma conquista, um passaporte para a felicidade, um status, uma qualificação, a solução de seus problemas.
Há pessoas que dizem : “antes separada do que nunca casada”, como se o fato de ter ostentado o título casada(o) valesse mais do que viver uma boa relação com o ser amado. Posso aí fazer uma comparação aos tempos onde se compravam Títulos de Nobreza, onde o título valia mais do que a própria riqueza, que muitas vezes não existia, nesse paralelo quero comparar o título de casado que não necessariamente significa uma relação feliz.
E é aí mesmo onde os problemas começam, pois a pessoa se casa com a idealização da fantasia, com uma ilusão e não com a pessoa de carne e osso, e quando ela enfim realiza este sonho e as coisas passam a acontecer diferentes do que ela idealizou e planejou, o castelo de areia começa a ruir, e a conta começa a ser cobrada do outro a, a conta do quanto custou aquele sonho em concessões e projeções. Este é um dos motivos porquê tantos casamentos acabam antes mesmo do segundo ano, porquê a pessoa não se casou com o parceiro (a), se casou com o que achava ser o casamento.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Porquê as Mulheres Traem




Já não é de hoje que muito se debate que homens e mulheres traem por motivos diferentes.
Não que não exista a mulher que trai simplesmente porque teve oportunidade e sentiu tesão, mas em muitas mulheres esse tesão tornou-se maior do que a fidelidade por alguma razão...aquela velha máxima de que as mulheres traem quando estão insatisfeitas é bem aplicável na vida real. Mas insatisfeitas com o quê?

Logo após publicação do meu artigo: Relação de Casal http://gavetadadani.blogspot.com/2011/10/relacao-de-casal.html?utm_source=BP_recent, foi impressionante a quantidade de mulheres que me procuraram com a mesma queixa em comum, todas elas estão em um relacionamento sólido: namoro, noivado, casamento, por pelo menos mais de quatro anos. As idades variam entre 28 e 53 anos. E a queixa era que estavam traindo, ou com vontade de traírem seus parceiros e nenhuma delas tinha intenção de terminar a relação, apenas desejavam e esperavam que esta insatisfação melhorasse, com alguma mudança de comportamento do parceiro.

 Buscando no amante, ou no possível amante, apenas sentirem-se acalentadas, desejadas e admiradas.

Escarafunchando um pouco nesta insatisfação brotam milhões de causos, que apertando um pouquinho viram todos uma única razão:
A falta de sentir-se reconhecida pelo homem que tem ao lado.

Isso mesmo, todo o resto não é nada perto disso: falta de dinheiro, barriguinha saliente, gênio difícil, até falta de sexo. Parece simples não é?

 Todas, sem exceção, concordaram que se sentissem reconhecidas como mulher pelos seus parceiros através de palavras com alguma constância, seria o suficiente para que se sentissem motivadas novamente no relacionamento e perdessem a vontade de traí-lo.

O feminino tem como finalidade sentir-se reconhecida pelo masculino, e quando ele não o faz através da palavra, ela vai murchando pouco a pouco, ficando insatisfeita, provocativa, triste ou irritadiça e dessa maneira, começa a buscar essa "aprovação" ao seu redor; como um combustível para seguir adiante, e como se exaure após tentar todos os artifícios para obter do amado a palavra de reconhecimento, acaba por obter de outro alguém.

Os homens definitivamente não sabem o poder que tem em suas bocas, e eu não estou falando de cunnilinguis... mas se eles tiverem  a disposição de reconhecer o que vêem de bom em suas mulheres verbalmente e diretamente para elas, poderão ver o efeito mágico que palavras podem fazer.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

9.999 maneiras de agarrar seu homem:


  Este artigo também foi publicado pela Revista "Carpe Lounge":
E também pelo Site "Guia da Busca"

Esses dias fui fazer uma viagem a trabalho para Vitória, como de costume cheguei bem antes da hora do vôo para dar uma olhada na livraria do aeroporto.

Me chamou a atenção a quantidade de livros com o mesmo tema, e até mesmo com a mesma capa, ainda que de editoras e autoras diferentes! Como esses dois aí da foto...gente! Isso não é plágio?!?!

Mais do que o possível plágio dos livros acima o que me mais tocou foi o tema e o conteúdo de praticamente todos os livros que estavam expostos.

Todos os livros traziam dicas e promessas de como atrair e decifrar o sexo oposto, de como seduzir, de como se tornar atraente, ou seja, de como ter relacionamentos melhores ou resolver os problemas do relacionamento atual.

Percebi que todos estes livros prometedores de sucesso na relação dizem basicamente a mesma coisa: seja uma pessoa positiva, aumente sua auto-estima, seja independente financeiramente, sem pudores na cama, esteja sempre bonita e mostre que você não precisa dele.

Como psicóloga, observadora do comportamento humano e especialista em relacionamentos, acho que esses conselhos não são de todo maus... de fato podem surtir um bom efeito superficial quando alguém está precisando de um ânimo para se cuidar melhor, para prestar atenção em si mesma ou dar uma levantada na auto-estima, mas não são o que garante um bom relacionamento e os problemas humanos são em grande parte de relacionamento.

 Não sou contra livros de auto-ajuda, afinal quem compra livros de auto-ajuda é porquê tem a clara intenção de saber mais e se aprimorar como ser humano e isso é formidável. 

O que de fato pode melhorar os relacionamentos vai bem além destes conselhos e fórmulas prontas e exige um embasamento terapêutico maior. Exige conhecer a si mesmo e ao outro estruturalmente e aí as fórmulas prontas não funcionam, pois o que serve para um nem sempre causa o mesmo efeito em outro, e elas não foram criadas sob medida para mim ou para você, ou de acordo com o seu ou o meu modelo emocional, de raciocínio, estilo de vida e experiências vividas por cada um.

Concordo em gênero, número e grau com a afirmação de Irvin Yalom,  de que “ de modo geral, as pessoas caem em desespero por causa de sua incapacidade de constituir e manter relacionamentos interpessoais duradouros e gratificantes.”

É bom que reconheçamos o quanto a importância de ter relacionamentos satisfatórios é grande nas nossas vidas e o quanto isso nos faz nos sentir mais vivos e felizes, e melhor ainda quando nos decidimos a ter relacionamentos satisfatórios nos aprimorando como seres humanos. Fazer terapia é uma excelente e eficiente opção para este objetivo.

 Afinal o mal do século não é o câncer... é o coração partido.