quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Podemos mudar o outro?

Este artigo também foi publicado pelo Site "Guia da Busca":
http://www.guiadabusca.com.br/colaboradores/62-daniela-ervolino/676-podemos-mudar-o-outro.html

Ele não muda!” ou “mas ela prometeu que desta vez iria mudar!”. São as frases mais freqüentes que ouço em meu consultório nas queixas sobre relacionamentos.
Mudar o outro é na verdade uma ilusão. Ninguém tem o poder de mudar o outro.
Nós podemos mudar apenas a nós mesmos e isto pode até vir ou não a afetar o outro, no sentido de que ele mude algo em seu comportamento, percepção ou atitude.
Além do desejo enorme que temos em mudar o outro, temos ainda outra constante ilusão, a de que “poderia ser perfeito”. Tudo o que nos rodeia no mundo em que vivemos é imperfeito. Principalmente os seres humanos. Pense bem, seria maravilhoso, mas muito irreal alguém que fosse perfeito, não seria?
Desta maneira a primeira coisa que temos a fazer é encarar os nossos defeitos. A pessoa que considera que não tem defeitos é justamente a que tem o maior de todos eles, a prepotência.
Assumindo para nós mesmos os nossos defeitos, já é o passo inicial; mas não podemos parar por aí, afinal ter consciência de nossas falhas e bater no peito dizendo “eu sou assim!” e nada fazer para evoluir não faz efeito, não leva ninguém a evolução nenhuma. Temos que considerar cada defeito que temos um desafio a ser vencido, a ser melhorado, suavizado e tratado.
Não se preocupe, você não ficará sem defeitos se os for vencendo, sempre resta alguma coisinha, afinal somos humanos, e neste caminho de auto-conhecimento e evolução  adquirirá mais consciência e autonomia em todos os campos de sua vida e consequentemente seus relacionamentos melhorarão, pois você estará mais apto a escolher relacionamentos de melhor qualidade, ou mesmo melhorar a qualidade dos que já possui.
Após este passo, vem a importante missão de aceitar que o parceiro (a) também possui defeitos e ainda que o troque por outro parceiro, este outro também possuirá seus próprios defeitos. Cada pessoa é um caixinha de surpresas e vem com seus pacotes, lembra?
Resta saber como você lida com os “defeitos” de seu parceiro (a), se estes te agridem, te ofendem, ou se simplesmente te aborrecem um pouquinho porque fogem do padrão que você gostaria?

Assumir e tratar os próprios “defeitos”, falhas, pontos-fracos... não é tarefa fácil e simples e nem sempre as pessoas estão dispostas a remexerem seus baús com esse propósito.

Não podemos obrigá-las a fazer isto.

Muitas pessoas acham melhor irem vivendo seus infernos, pois ainda que fiquem infelizes, tem certa intimidade com esta infelicidade, pois é um lugar que já conhecem, já estão ali, já são companheiras daquele sofrimento, e o desconhecido sempre mete medo, ainda que seja melhor, ainda que seja a felicidade. Já pensou nisso?

Numa situação destas, o melhor seria cuidar de si mesmo e quanto ao outro, escolher aceitar como é ou não. Tudo depende do quanto as “falhas” do outro incomodam a você e do quanto elas tornam o relacionamento impossível de ser vivido.

Tomando como exemplo, um caso onde um homem que bebe e bate em sua mulher; ao invés de esperar que um milagre mude este homem, seria mais fácil, ela mudar a si mesma e descobrir o porquê se submete a isto e porquê continua a se relacionar nestas condições.

Mudando e melhorando a si mesmo, tendemos a melhorar o conjunto. Seja influenciando diretamente o que nos rodeia ou mesmo mudando de cenário.

Não tenha medo de fuçar o seu baú, as velhas fantasias que não servem mais e metem medo precisam ser jogadas fora para que não continuem acumulando poeira e ocupando espaço, somente desta forma, abrindo espaço para o novo, é que ele consegue existir.

Do mesmo jeito que sentimos uma gostosa sensação de leveza, limpeza e dever cumprido depois de fazer uma faxina em casa ou mesmo no nosso armário, também sentimos ao fazer uma faxina na alma.

                     Cuide-se! Faça terapia! :-) 

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