Este artigo também foi publicado pelo Site "Guia da Busca":
Desde que o mundo é mundo, não há sob a terra aquele que nunca errou ou se arrependeu de algo, de uma bobeira qualquer a um ato mais grave.
Como seres humanos, somos todos imperfeitos, é natural que cometamos, vez ou outra, atos ou escolhas também imperfeitas.
A trajetória humana na busca pela perfeição e aprimoramento tem o princípio de evolução e superação, mas enfeitiçados por este ideal de perfeição, esquecemos muitas vezes de respeitar nossas limitações e agir com mais flexibilidade.
Buscamos o tempo todo, termos o corpo mais belo, a conta bancária mais gorda, os títulos mais apreciados, a casa no melhor bairro, o celular mais moderno, as atitudes mais corretas. Essa busca é boa, nos faz ir além, induz a superação, a evolução, mas quando se torna obsessão, deixa de ter este caráter positivo para se tornar um fardo pesado de culpa sobre os ombros, pois, sendo os seres humanos imperfeitos é natural que por muitas vezes não consigamos ser tão perfeitos assim... e aquele ponto que escapou? E aquela decisão que não foi a melhor naquele momento? Se transforma automaticamente na famosa “culpa” que tantos carregam com muito pesar sobre os ombros e me confessam no consultório com um sofrimento enorme.
Infelizmente os erros, equívocos e arrependimentos vão sempre existir entre nós humanos, seja em qualquer âmbito da vida. Temos sempre que buscar nos superar respeitando nossos limites, e se errarmos ou não tivermos a atitude mais adequada num determinado momento, é correto arrepender-se, pois demonstra que o reconhecimento de um erro e um aprendizado sobre o que passou, porém o deixa de ser quando se torna “culpa”, e quem a sente sabe bem do que estou falando, é um ódio reprimido voltado para o interior da pessoa, é um julgamento severo e um castigo que não cansa de martirizar e desvalorizar a própria pessoa, resultando numa baixa-autoestima e na perda da oportunidade de ir além, aprendendo com consciência sobre o que aconteceu.
Esclarecendo um pouco mais estes dois termos tão confundidos, arrependimento é quando adquirimos consciência de que poderíamos ter feito diferente e não o fizemos, segundo Maria Teodora Ribeiro, é uma dor que nasce da consciência do que poderia realmente ter feito melhor, ou um dano que poderia ter evitado a alguém ou a própria pessoa.
Culpa, é quando a pessoa exige de si mesma ter feito diferente alguma coisa que não poderia ter feito diferente, pois estava realmente além das possibilidades da pessoa naquele momento, este é um sentimento que leva a autopunição e a uma baixa-autoestima.
O arrependimento, ainda segundo Maria Teodora, leva a um reconhecimento na pessoa de um erro cometido que a empurra em direção a reparação pois ao invés de culpa, a pessoa sente responsabilidade.
Aí está a chave para aprender com o que aconteceu e buscar a evolução aí neste ponto, superar este limite, para numa próxima situação usar este aprendizado. Culpar-se e castigar-se não faz voltar o tempo, nem diminuir a própria dor e a dos que foram feridos, é importante lembrar-se que a vida é um ciclo, o tempo não volta, mas novas oportunidades para errar ou acertar estarão acontecendo sempre.
Dani, a culpa não é a propulsora do arrependimento?Paz!
ResponderExcluirOi Douglas! Neste artigo separaro as duas coisas, porquê o arrependimento, você toma consciência de seu erro e faz dele um aprendizado, ou tenta reparar o que fez; já a culpa fica sendo apenas o peso que carrega, se martirizando, sem aceitar o que já não pode mais ser modificado e sem modificar o que ainda pode ser feito, a culpa é um castigo para a própria pessoa, o arrependimento é um aprendizado, ainda que pela dor.
ExcluirUm grande abraço pra voce! seja sempre bem-vindo!