Este artigo foi publicado também pelo Site "Guia da Busca":
Já dizia o poeta “é impossível ser feliz sozinho”, o ser humano tem em sua natureza o movimento de buscar agrupar-se, relacionar-se.
Estar só sentado num restaurante é uma coisa que chama a atenção e mesmo que a pessoa esteja ali por livre escolha e feliz, a imagem que a maioria faz de uma cena assim é de tristeza, como se: pobre daquele que não tem uma companhia para jantar.
Sendo assim, os solteiros buscam a todo tempo uma relação, e os comprometidos como melhorarem a sua, já que o maior desejo do ser humano, relacionar-se, não é tarefa nada fácil.
Todos que já nos apaixonamos e vivemos um amor alguma vez na vida sabemos disso.
Surgem dificuldades, conflitos, ciúmes, divergências e o que era um doce sonho para a ser um pesadelo, brigas, discussões, desentendimentos, mágoas e ressentimentos.
Se todos nós sabemos o perigo que corremos e ainda assim queremos nos relacionar, compartilhar nossas vidas, vivenciar o amor, tendo sempre como fiel companheira a esperança de que dessa vez vai ser diferente!
Tudo começa num mar de rosas, numa lua-de-mel e depois de um tempinho... batata! Os problemas começam a aparecer!
Culpa do mundo moderno? diriam uns; a culpa é dos homens que são “sem vergonha”! Diriam outros!, ou ainda: a culpa é das mulheres que são muito oferecidas, grita um outro lá no fundo do bar!
Todo início de relação, como diz uma escritora que gosto, é “uma construção de ilusões”, onde projetamos no outro tudo aquilo que falta em nós, tudo o que queremos, ansiamos, precisamos, e como um espelho, o outro acaba refletindo o que queremos ver.
Passado esse período de encantamento, de “brincar-de-casinha”, é que começa de fato a construção de um relacionamento, onde os tijolinhos das diferenças de cada um são unidos com as equivalências, concessões, tolerância.
Por que muitas vezes temos a sensação de tudo começa a se complicar quando está dando certo?
São muitos fatores, desde o que absorvemos na nossa infância, até o que já vem de mais antigo conosco, através do tempo, das gerações passadas de nossa família e também de nossas próprias vidas passadas.
Existem coisas que fazem parte do destino cármico de cada um e quanto a essas cabe a pessoa a viver e se superar, mas existem outras, como certas dificuldades ou respostas automatizadas a certas situações ou medos, que carregamos nem necessidade, por não termos consciência disso ou por um hábito que faz parte do passado e não tem mais função no presente e assim acaba por comprometer o futuro, nos sabotando em nossas relações.
Olhar um bebê recém-nascido e pensar num ser começando do zero, é uma idéia equivocada, aquele pequeno ser traz consigo uma gama de conteúdos, traz todo o resultado de suas vivências passadas, padrões de comportamento e também toda a sua herança familiar, que neste caso, nada tem haver com bens materiais e sim bens emocionais e espirituais.
E assim pequenino vai somar a tudo isso que já vem com ele, toda a vida que tem pela frente.
Mais tarde tudo isso influenciará, na maneira como irá se relacionar, seja com um parceiro, seja com as outras pessoas.
Ou seja, a melhor maneira de relacionar-se bem é começar por conhecermos melhor a nós mesmos, desmitificar a ideia ignorante de que “terapia é para maluco!”, e considerar a terapia o que ela é, uma oportunidade de aprimoramento pessoal e de devolver ao passado aquilo que não nos serve mais, aquilo que nos atrapalha e nos impede de evoluir, de vencer a si mesmo.
Ao tomar conhecimento dos nossos conteúdos inconscientes, das nossas necessidades e tudo o que trazemos conosco, nos tornamos seres mais equilibrados e conscientes capazes de ter relacionamentos mais satisfatórios e menos conflituados.
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