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Querer o bem
das pessoas que amamos é absolutamente normal, porém, na ânsia do amor, tudo o
que muitas vezes queremos é poupar os que amamos de todo sofrimento ou
aborrecimento que julgamos desnecessário.
O instinto
de proteção faz com que ao perceber uma possível dificuldade para o ser amado,
seja um parceiro amoroso, um filho, um amigo, até mesmo um pai ou uma mãe,
assumamos muitas vezes, sem dar-nos conta, um papel controlador, na tentativa
de poupar os que amamos de cometerem erros, caírem em armadilhas ou qualquer
tipo de sofrimento.
Não estou
defendendo de maneira alguma que abandonemos aqueles que amamos a própria sorte,
mas que ao sentir este impulso tão forte e muitas vezes automático, lembrar que,
às vezes, a melhor forma que aquela pessoa tão amada terá de lidar com aquela
situação, é justamente passando por ela, e que se a protegermos em demasia, se
evitarmos todos os erros que a pessoa amada possa cometer, estamos tomando dela,
toda a possibilidade de que ela mesma consiga responder as vicissitudes da
vida, lidar com as próprias dificuldades, se defender, ou mesmo em aprender a
lição que a situação trouxe.
“Tentativa e erro” é uma forma genuína de
aprendizado, a superproteção gera dependência, controle, medo e falta de
iniciativa.
Vale a pena
pensar sobre o instinto protetor excessivo, friso mais uma vez, excessivo, que
acomete os que amam e lembrar que às vezes, é maior prova de amor é ficar ao
lado, dando apoio quando a pessoa levantar, do que nunca deixá-la cair.
Errar faz
parte de qualquer aprendizado, proteger excessivamente, ainda que com a melhor
das intenções, é controlador, e todo controle em excesso sufoca, afastando as
pessoas, aumentando o stress, impedindo o crescimento, ao invés de nutrir o que
as une, o amor. Por isso digo amar é também deixar errar.
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