Em época de eleição muito se ouve falar: "Vou fazer quinhentos milhões de escolas, porquê lugar de criança é na escola!"
Muito já foi falado, debatido, feito e prometido em torno do tema "escola e jovens".
Mas por quê ninguém ainda botou a mão na massa para tornar a escola um lugar mais interessante do que a rua aos olhos de um jovem?
Há muito que o sistema se ensino ficou ultrapassado. Pouco do que se aprende na sala de aula tem uso na vida real do dia-a-dia.
A metodologia de ensino ainda é medieval, igualando a todos, como se cada pessoa não aprendesse de uma maneira diferente e não merece ser respeitado e ter suas diferenças valorizadas, seus potenciais elevados. A cultura decoreba iguala e massifica e assim se torna chata, desestimulante, injusta.
A cada dia explodem pelas escolas do mundo todo casos e mais casos de Bullying, que nada mais é que o extremo despreparo para a vida, a extrema falta de educação, de equilíbrio, de insegurança, de noções de respeito e civilidade e de valores.
A família modelo mudou. Há gerações atrás, as famílias eram compostas de uma mãe dona-de-casa, que passava muito tempo educando e cuidando dos filhos, de um pai trabalhador e provedor e de 5,7, 10 filhos que ajudavam a mãe nos trabalhos domésticos.
Hoje este modelo de família não existe mais, é comum se ver por aí, famílias compostas de uma mãe separada que trabalha fora e um filho só, ou uma mãe que trabalha fora, o namorado da mãe, os filhos do primeiro casamento de cada um deles e um outro filho dos dois. Ou seja, não existe mais modelo, existem famílias onde na maioria, os pais trabalham fora e os filhos são cada vez mais educados pela tv, internet ou pelo que aprendem na rua.
Num mundo onde se vive uma revolução de papéis, valores sociais e que se tem qualquer informação na velocidade de um clique, não cabe mais o sistema de ensino atual, baseado em modelos tão antigos.
Não importa quantas escolas se façam, o quanto se dê de comida nestas escolas, ou a mesada do governo para a família que consegue levar seus filhos à aula.... a evasão escolar ainda cresce como uma praga que não se pode conter, assim como a criminalidade e o despreparo entre os jovens.
Nesse novo prisma social e familiar a "educação para a vida" pode e deve vir através da escola, que tem o papel de educar e preparar, mas essa mesma escola tem que estar preparada para isso e não está.
A escola que prepararia o jovem para a vida deveria ensinar coisas práticas da vida e do dia-a-dia, como pro exemplo:
Como fazer um orçamento doméstico, pequenos reparos, noções e cuidados de higiene pessoal e ambiental, cuidados com alimentação, como fazer um currículo profissional, como procurar emprego, como se preparar e se comportar para uma entrevista, quais são os documentos necessários aos cidadãos, porquê e onde obtê-los, modos sociais, planejamentos, direitos e deveres do trabalhador, como funciona um pequeno negócio, como montar um, como trabalhar em um, pisos salariais de diversas profissões e empregos, noções de primeiros socorros ( quantas pessoas até hoje passam manteiga ou pasta-de-dentes em queimaduras?), burocracias do dia-a-dia ( como por exemplo como se faz e como funcionam as contas em banco, o uso de cheques, cheques devolvidos, de cartões de crédito) Enfim, coisas que estão presentes no dia-a-dia de todos nós e que poderiam e deveriam ser ensinadas na escola até o segundo grau.
Temos que assumir a realidade que a maioria não chega a faculdade e que isso não pode significar um futuro e uma vida menos digna com outros tipos de trabalhos. E para os que chegam, com certeza estarão muito mais conscientes de que estão fazendo ali e aproveitarão muito melhor o que a universidade oferece.
Isso certamente tornaria a escola um ambiente mais interessante ao jovem, pois ele conseguiria finalmente ver uma conexão entre o aprendizado e a vida real.
Esta reforma na educação contribuiria imensamente para a formação de jovens mais conscientes, educados, preparados e capazes de se tornarem adultos melhores e terem uma vida mais digna e não viveriam mais a mercê da sorte ou do mundo do crime que diante de tanto despreparo muitas vezes se torna uma opção mais fácil e cruel.
A educação para a vida saiu das mãos da família e não está mais nas mãos de ninguém, é preciso entregar nas mãos da escola o que neste novo milênio cabe a ela fazer.
Nosso sistema de ensino foi testado há 100 anos atrás e funcionou com uma maioria naquela época, hoje em dia, alguns conseguem aprender dessa maneira, outros não.
ResponderExcluirQuando eu estava no ensino médio, não conseguia entender nada do que era ensinado, meus pais foram chamados na escola porque os professores suspeitavam que eu era retardado.
Fui em dezenas de psicólogos que comprovaram o contrário, quem me conhece sabe que eu não sou assim, fui educado com professores particulares e aprendi o resto sozinho, a escola foi uma perda de tempo total, se meus pais não tivessem condições financeiras na época, eu seria taxado de retardado até hoje, já pensou?