quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

9.999 maneiras de agarrar seu homem:


  Este artigo também foi publicado pela Revista "Carpe Lounge":
E também pelo Site "Guia da Busca"

Esses dias fui fazer uma viagem a trabalho para Vitória, como de costume cheguei bem antes da hora do vôo para dar uma olhada na livraria do aeroporto.

Me chamou a atenção a quantidade de livros com o mesmo tema, e até mesmo com a mesma capa, ainda que de editoras e autoras diferentes! Como esses dois aí da foto...gente! Isso não é plágio?!?!

Mais do que o possível plágio dos livros acima o que me mais tocou foi o tema e o conteúdo de praticamente todos os livros que estavam expostos.

Todos os livros traziam dicas e promessas de como atrair e decifrar o sexo oposto, de como seduzir, de como se tornar atraente, ou seja, de como ter relacionamentos melhores ou resolver os problemas do relacionamento atual.

Percebi que todos estes livros prometedores de sucesso na relação dizem basicamente a mesma coisa: seja uma pessoa positiva, aumente sua auto-estima, seja independente financeiramente, sem pudores na cama, esteja sempre bonita e mostre que você não precisa dele.

Como psicóloga, observadora do comportamento humano e especialista em relacionamentos, acho que esses conselhos não são de todo maus... de fato podem surtir um bom efeito superficial quando alguém está precisando de um ânimo para se cuidar melhor, para prestar atenção em si mesma ou dar uma levantada na auto-estima, mas não são o que garante um bom relacionamento e os problemas humanos são em grande parte de relacionamento.

 Não sou contra livros de auto-ajuda, afinal quem compra livros de auto-ajuda é porquê tem a clara intenção de saber mais e se aprimorar como ser humano e isso é formidável. 

O que de fato pode melhorar os relacionamentos vai bem além destes conselhos e fórmulas prontas e exige um embasamento terapêutico maior. Exige conhecer a si mesmo e ao outro estruturalmente e aí as fórmulas prontas não funcionam, pois o que serve para um nem sempre causa o mesmo efeito em outro, e elas não foram criadas sob medida para mim ou para você, ou de acordo com o seu ou o meu modelo emocional, de raciocínio, estilo de vida e experiências vividas por cada um.

Concordo em gênero, número e grau com a afirmação de Irvin Yalom,  de que “ de modo geral, as pessoas caem em desespero por causa de sua incapacidade de constituir e manter relacionamentos interpessoais duradouros e gratificantes.”

É bom que reconheçamos o quanto a importância de ter relacionamentos satisfatórios é grande nas nossas vidas e o quanto isso nos faz nos sentir mais vivos e felizes, e melhor ainda quando nos decidimos a ter relacionamentos satisfatórios nos aprimorando como seres humanos. Fazer terapia é uma excelente e eficiente opção para este objetivo.

 Afinal o mal do século não é o câncer... é o coração partido.